terça-feira, 13 de abril de 2010

a máquina de fazer espanhóis

valter hugo mãe presenteia-nos com mais uma obra, com um carácter muito humano e que nos permite reflectir acerca de várias componentes do ciclo de vida, e da interacção com o outro. "(...) é o que fez a liberdade, acrescentou. um dia estamos desconfiados de tudo, e no outro somos os mais pacíficos pais de família, tão felizes e iludidos. e podemos pensar qualquer atrocidade saindo à rua como se nada fosse, porque nada é. as ideias, meu amigo, são menores nos nossos dias. não importam. as liberdades também fazem isso, uma não importância do que se pensa, porque parece que já nem é preciso pensar. sabe, é como não termos sequer de pensar na liberdade. é um dado adquirido, como existir oxigénio e usarmos pulmões. não nos hão-de convencer que volte a censura, qualquer tipo de censura, isso seria uma desumanidade e agora somos europeus. qualquer iniquidade do nosso peculiar espírito há-de ser corrigida pela europa, para sempre. isso é que é uma conquista."

uma velhice vivida através da escrita.


o escritor, estará no dia 15 de abril (quinta-feira), às 21 horas, na livraria almedina estádio, em coimbra. a sua presença está integrada numa iniciativa denominada "comunidade de leitores", na qual será proporcionada uma conversa dirigida pelo professor paulo alexandre pereira.

4 comentários:

  1. hmmmm... pergunto-me porque não foram usadas capitalizações neste post!! assim como me pergunto porque eu próprio não estou a usar capitalizações neste comentário!!!
    estou a ler este livro a adorar! assim como qualquer obra do valter hugo Mãe.

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  2. Este livro toca-me particularmente (ainda não acabei de ler, mas optei por postar para fazer referência à vinda do escritor a Coimbra).
    Nunca pensei que ao ler este livro, viesse à minha mente a imagem das pessoas em final de vida que encontrei no estágio. Nunca pensei que as suas caras estivessem gravadas tão nitidamente na minha mente. Nunca pensei que os meus ouvidos ainda conseguissem captar fielmente todos os gemidos, "ais", suspiros, que eu ouvi nessa experiência. Nunca pensei ainda conseguir sentir os odores de morte, os estados de putrefacção. Nunca pensei que após alguns meses, surgissem pela primeira vez as lágrimas que exteriorizam o sofrimento que essas pessoas partilharam comigo. Sei que não tenho legitimidade para opinar, pois os 19 anos não me permitem fazê-lo. E essa legitimidade foi ganha pelo valter hugo mãe, ao expressar-se através de uma pessoa com uma idade na qual o coração sente muito mais do que a cabeça.

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  3. É só para dizer que faço anos dia 02/05 e ainda não tenho "a máquina de fazer espanhóis"...

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  4. p´ra ti é uma máquina de fazer espanholadas!

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