quarta-feira, 28 de abril de 2010

"O Anibaleitor"

Uma viagem no mares da literatura, com um carácter fortemente didáctico. E claro que não podia faltar muito humor, e as referências a obras consagradas, e a questões passíveis de reflexão. Lê-se num instante, por isso falta de tempo não pode ser desculpa para não ler esta obra.
Numa sociedade em que o livro tem vindo a perder o seu valor, talvez os monstros sejam realmente aqueles que simplesmente gostam muito de ler.
Todos nós, que amamos os livros, decerto teremos pelo menos um Anibaleitor nas nossas vidas. Aquele que nos mostra os caminhos que merecem ser percorridos, no mapa da literatura. Felizmente, eu tenho! (sou uma sortuda, neste aspecto)

"Um leitor deve apagar-se perante o livro que está a ler, perguntas tu? Eu não serei radical. Por que motivo iria eu deixar de ser eu só por estar a ouvir outro a discorrer? E como poderia eu deixar de ser eu, mesmo que quisesse? Acaso já inventaram a cirurgia para o espírito? (...) É no entanto verdade que o leitor tem de saber tentar falar a língua do livro. Falar a língua do livro e abandonar-se à sua melodia, deixar-se ir na corrente, em vez de desperdiçar forças remando contra a maré. Não digo que nos tenhamos de submeter, apenas que devemos estar disponíveis. O livro, ao ser escrito, já deu um grande passo na nossa direcção: é uma dádiva. cabe-nos agora a nós retribuir a gentileza e dar um passo na direcção do livro."

O autor, Rui Zink, estará presente na XVI Feira do Livro de Pombal, para fazer a apresentação de "O Anibaleitor". Uma actividade promovida pela livraria K de Livro, e que está agendando para o dia 2 de Maio (Domingo), às 18h08.

terça-feira, 13 de abril de 2010

a máquina de fazer espanhóis

valter hugo mãe presenteia-nos com mais uma obra, com um carácter muito humano e que nos permite reflectir acerca de várias componentes do ciclo de vida, e da interacção com o outro. "(...) é o que fez a liberdade, acrescentou. um dia estamos desconfiados de tudo, e no outro somos os mais pacíficos pais de família, tão felizes e iludidos. e podemos pensar qualquer atrocidade saindo à rua como se nada fosse, porque nada é. as ideias, meu amigo, são menores nos nossos dias. não importam. as liberdades também fazem isso, uma não importância do que se pensa, porque parece que já nem é preciso pensar. sabe, é como não termos sequer de pensar na liberdade. é um dado adquirido, como existir oxigénio e usarmos pulmões. não nos hão-de convencer que volte a censura, qualquer tipo de censura, isso seria uma desumanidade e agora somos europeus. qualquer iniquidade do nosso peculiar espírito há-de ser corrigida pela europa, para sempre. isso é que é uma conquista."

uma velhice vivida através da escrita.


o escritor, estará no dia 15 de abril (quinta-feira), às 21 horas, na livraria almedina estádio, em coimbra. a sua presença está integrada numa iniciativa denominada "comunidade de leitores", na qual será proporcionada uma conversa dirigida pelo professor paulo alexandre pereira.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

...como voa um avião?

Todos os dias faço o trajecto casa-trabalho-casa duas vezes e todos os dias passam aviões a escassos metros da minha cabeça. Todos os dias olho p´ra cima e pergunto-me se seria mais feliz se tivesse seguido o sonho de pilotar aviões... de certeza que perceberia melhor... como voa um avião!

sábado, 3 de abril de 2010

Resumo - a poesia em 2009

Numa parceria entre a Editora Assírio & Alvim e a FNAC, foi lançada uma antologia de poemas escolhidos por José Alberto Oliveira, José Tolentino Mendonça, Luís Miguel Queirós e Manuel de Freitas.
Não direi que são os melhores, como é publicitado, uma vez que essa avaliação dependerá de cada um de nós. De qualquer modo, uma boa forma de os mais apressados e despassarados se manterem minimamente actualizados no que respeita à poesia nacional (falo de mim, obviamente).
São apenas 4€ e como diz na contra-capa "A totalidade das receitas deste livro reverte para a AMI/Info Exclusão".

"Diário", de Ana Salomé
A partir de agora, todo o poema que fale de amor, fora.
Todo o poema que não revolucione, fora.
Todo o poema que não ensine, fora.
Todo o poema que não salve vidas, fora.
Todo o poema que não se sobreviva, fora.
Vou deixar um anúncio no jornal:
Procura-se poeta. Trespasso-me.