quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"Livro", José Luís Peixoto

Dar o titulo "Livro" a um livro, é efectivamente um grande risco, talvez aumentado pelo facto de existir já uma grande expectativa em torno de um autor reconhecido pelo seu trabalho, apesar de ainda ser novo no panorama literário. E de que é feito um livro? Se não abordarmos com grande profundidade e poética, é feito das palavras que o autor escolhe para dizer algo.

"Existe o que quero dizer e existe a minha voz. Nem sempre o tom da minha voz corresponde ao que quero dizer e, mesmo assim, molda-o tanto como as palavras que escolho. Sou menos dono da minha própria voz do que destas palavras, indexados em dicionários que já estavam impressos antes de eu nascer."

Na minha modesta opinião, o "Livro" vale realmente a partir das página duzentos, daí que estas palavras tenham ainda mais significado: "Agradeço-te por teres aceitado que este livro se transformasse em ti e pela generosidade de te teres transformado nele, agradeço-te pela claridade que entra por esta janela e por tudo aquilo que me constitui, agradeço-te por me teres deixado existir, agradeço-te por me teres trazido à última página e por seguires comigo até à última palavra."

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