terça-feira, 9 de março de 2010

"Que cavalos são queles que fazem sombra no mar?", António Lobo Antunes

No momento em que nascemos, à partida somos já herdeiros de um nome, de uma família, com a qual aprendemos, mas da qual nos diferenciamos. Cada elemento de uma família tem as suas características, tanto para o bem como para o mal, que se reflectem na própria relação familiar. Porém, há pelo menos duas coisas que são comuns, a constante necessidade de ternura e afectos; e a morte, mormente a morte programada.
"(...) embora nunca tenha visto ninguém morrer nem saiba o que é morrer, sei que diante dos caixões se fala em voz baixa e nos movemos devagar, mais educados, mais compostos, cumprimentando-nos num sorriso triste e depois ficamos ali de mãos dadas connosco mesmos, à frente ou atrás das costas"

Esta é a mais recente obra do conceituado escritor, que pretende alcançar sempre mais (pelo menos no título alcançou mais - não podia fugir a esta observação!) e melhor. Uma experiência de leitura que pode ser muito intensa, e que é muito interessante na medida em que aborda o ser humano no seu pior, de uma forma que não nos leva a odiá-lo.

"(...)o que sobeja quando não existimos, em que pensarei eu, este livro é o teu testamento António Lobo Antunes, não embelezes, não inventes, o teu último livro, o que amarelece por aí quando não existires, como esta casa é triste às três horas da tarde, (...)"
Segundo consta, é mesmo ficção, pois este não será o último, uma vez que já está a ser preparado um novo livro, com ligação à Beira Alta.

2 comentários:

  1. Gosto imenso do ALA, mas desde que começou a escrever livros "demasiadamente grandes" deixei de os ler…
    Os livros do ALA exigem tempo e disponibilidade, quando for reformado, prometo recomeçar as leituras no ponto em que as deixei…

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